Em carta encaminhada ao governador Teotonio Vilela Filho, os movimentos sociais e urbanos de Alagoas, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e Central Única dos Trabalhadores (CUT), denunciam a violência pela qual os trabalhadores rurais estão passando, por meio de despejos e ameaças.
Na carta, os movimentos lembram que, desde o fim de 2010, as famílias do acampamento São José (Atalaia) e Bota Velha, Cavaleiro e São Simeão (sede), além de outras áreas do Estado, vivem sob ameaças do latifúndio armado e da ação de despejo da justiça e do governo alagoano.
Mesmo após a mediação oficial, diversas áreas passam mais uma vez pela ameaça de reintegração de posse e veem o fantasma do retorno à beira das estradas novamente à sua porta. Nas ações de despejo, presencia-se a ação consor-ciada do Estado com a milícia armada na região.
Todos esses conflitos traduzem o momento de refluxo e completa paralisia da política de Reforma Agrária prevista na Constituição. O Estado brasileiro tem se mostrado in-competente em cumprir as leis constituídas, no sentido de democratizar o uso terra e assentar famílias.
Os movimentos sociais exigem dos governos que sejam realizadas desapropriações de latifúndios por inte-resse social, nas áreas de conflito em Alagoas, assentando as famílias nas áreas emblemáticas elencadas pelos mo-vimentos de trabalhadores rurais. A responsabilidade pelo caos é do governo do Estado de Alagoas, do Poder Judi-ciário, da Assembleia Legislativa e do Governo Federal, na irresponsabilidade de cumprirem seus papéis.
Os movimentos vão continuar a luta em defesa da reforma agrária e contra o assassinato de trabalhadores rurais sem terra, organizando o povo e reagindo contra as ações truculentas do Estado.